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‘O Pão de Açúcar era um negócio medíocre’, diz presidente do

Casino

De Textile Industry
Postado por Fabrício Leite

 Divulgação

Jean-Charles Naouri, o presidente do Grupo Casino

O presidente do Grupo Casino, Jean-Charles Naouri, que ainda não havia concedido entrevistas sobre a possível fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour decidiu dar a sua versão dos fatos. Falando aos principais jornais do país, Naouri não poupou Abílio Diniz.

“Em 1999, quando o Brasil ainda não era o que é hoje e o Grupo Pão de Açúcar era um negócio medíocre, que saía de uma quase falência. Quando Diniz procurou no mundo inteiro investidores, eu fui aquele que aceitou”, disse Naouri ao jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o francês, a fusão com o Carrefour é um erro. “Ela é baseada em dois erros estratégicos. O primeiro: vai reforçar o peso dos hipermercados em detrimento das pequenas lojas, que é o formato do futuro. O segundo: o GPA investiria no Carrefour, muito focado na Europa Ocidental, onde há países sem crescimento”, afirmou em entrevista ao O Globo.

Naouri fala ainda que a proposta de Diniz é uma expropriação. “Nesse negócio, não podemos inverter os papéis entre o agressor e o agredido. Somos vítimas não fizemos nada”, afirmou ao jornal Valor Econômico.

Sobre o encontro com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na segunda-feira, Naouri disse que não chegou a pedir que o banco de fomento não participe do negócio. Mas disse que citou o investimento de US$ 2 bilhões no GPA em 1999 e 2005. E citou a Carta ao Povo Brasileiro do presidente Lula, que falava do respeito aos contratos. “Falei também que o projeto do senhor Abílio Diniz era baseado numa violação de contrato”.

Naouri mostrou ainda que dificilmente desistirá de assumir o controle do grupo. “Abílio queria que tudo continuasse na situação atual. Eu disse que isso era difícil depois de ter investido US$ 2 bilhões, ter esperado três anos e ter pago duas vezes o prêmio de controle”, disse à Folha de S.Paulo.

Segundo o presidente do Casino, as investidas de Diniz para continuar no controle do negócio são recentes. Segundo ele, há dois anos, Diniz disse que gostaria de renegociar o acordo. “Ele indicou, sem ser muito preciso, que era uma questão de “face saving” (manutenção de imagem), que gostaria de manter o seu status, a posição elevada que havia conquistado no Brasil”.

Além do encontro no BNDES, Naouri tentou conseguir audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava no exterior. De Londres, o ministro afirmou que esta não é uma questão de governo e disse que o BNDES tem autonomia para decidir se participa do negócio. O grupo Casino enxerga nas declarações de Mantega e na resposta de Coutinho – praticamente uma reafirmação dos últimos comunicados do banco – uma animadora mudança de postura do governo.

A respeito da fusão com o Carrefour, o Casino ainda não se pronunciou oficialmente. Mas segundo Naouri, “eles ainda não formularam a proposta. O local adequado é o Conselho de Administração”

FONTE: Época NEGÓCIOS Online

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